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domingo, 15 de fevereiro de 2009

A menina que perdeu o sorriso @ Parte 7

Seu (quase) sorriso era como uma estrela morta.
Opaca, sem brilho, sem valor.

Com tantas mudanças, com a loucura do dia a dia, ela colocou sua busca de lado. De que ajudaria correr atrás do sorriso enquanto o mundo não estava disposto a parar e esperar que ela concluisse sua missão?

Sentia-se morta por dentro, mas vivendo. As vezes se encontrava mergulhada no vazio. E, as vezes, esse mesmo vazio parecia confortável. Outras vezes, parecia desesperador. Quem estava a sua volta não poderia compreender como era cansativo nadar para fora dessa correnteza.

Será que valia a pena desprender tanta força pra tentar encontrar esse sorriso?
Seus sentimentos a confundiam. As vezes achava que a culpa era do sorriso por estar triste, pois quem nunca tivera um sorriso em seus lábios não saberia como era triste ficar sem ele...
Sentia também raiva. Raiva de si mesma por se deixar abalar, raiva do que a fez perder esse sorriso, raiva do sorriso por ser tão importante.

E sentia dor. Por tudo que perdera, junto com o sorriso...

sábado, 20 de dezembro de 2008

A menina que perdeu o sorriso @ Parte 6

Certo dia, ela comprou de si mesma gato por lebre.
Achou que certas mudanças em sua rotina, novas maneiras de se divertir, envolvimento com outras pessoas, enfiar a cabeça no trabalho, e outras milhares de maneiras de manter-se ocupada a fariam feliz.

Sim, ela sorriu.
Mas quando se deu conta que o sorriso era vazio, as lágrimas tornaram a formar-se atrás de seus olhos, mesmo que ela resistisse em derramá-las.

Aonde arrumaria mais força e coragem para outra busca?
Cadê seu sorriso?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A menina que perdeu o sorriso @ Parte 5

- Tua inocência e tua doce simplicidade fostes arrancadas sem dó, pobre menina. Seu coração sangra com ferimentos que tardam a cicatrizar. Foste iludida com teus próprios sonhos, tua própria esperança, e hoje sofre as consequências de tuas escolhas. Não há do que reclamar se tu optastes por cada lágrima.

- Tuas palavras me ferem como teus espinhos, dona Rosa. Vá embora daqui, não preciso de mais arranhões.

- Tentas me afastar como se enxergasse em mim a realidade que não queres encarar. E só enxerga meus espinhos, como faz com o amor. Não notas que ainda possuo pétalas, tão macias e sedosas como o carinho de uma mão amada, como palavras doces a aquecer um coração?

- Eu te enxergo como eu quero. Enxergo como algo que machuca, independente de possuir algumas partes boas. Por isso não a quero perto de mim. Cada arranhão de seus espinhos me leva mais longe do que estou buscando.

- O que buscas, minha pequena?

- Busco meu sorriso. Eu o perdi em algum lugar em minha vida, não sei por onde começar a buscar e a senhora só está me atrapalhando, dona Rosa.

- Por um tempo fostes iludida com sorrisos, que achavas genuíno. Mas não havia nada de puro e bem intencionado naquele sorriso.

- Não busco aquele. Busco o meu. Não qualquer sorriso, mas aquele que faz meus olhos brilharem.

- Quer uma dica?

- ...

- Comece buscando dentro de ti.

- Meu coração sangra com lágrimas, minha mente me perturba, e ainda assim diz que vou encontrar dentro de mim o meu sorriso?

- Dentro desde coração machucado, em algum lugar estão armazenados sentimentos que a faziam sorrir. Em sua mente perturbada, guarda lembranças e segredos que a faziam sorrir. Não se esqueça disso.

- Como vou encontrar vestígios disso tudo em mim se pareço viver numa tempestade?

- Já parou para pensar na possibilidade de que a água dessa tempestade possa irrigar teu coração e mente e fazer brotar um sorriso em seu rosto? Já pensou em encarar essa dificuldade como uma oportunidade de cultivar coisas novas que a possam fazer sorrir?

- Obrigada por tuas pétalas. Agora a entendo.

- Obrigada por não fugir de mim, apesar dos meus espinhos.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A menina que perdeu o sorriso @ Parte 4

A menina descobriu o que era acordar cansada. Cada minuto de sono parecia sugar suas energias, ao invés de recarrega-las. Assim descobriu que a falta do seu sorriso tinha mais consequências do que apenas uma falta de expressão no rosto. Teve que se beliscar para ter certeza que ainda podia sentir algo. Ai. A dor ela tinha certeza que ainda poderia sentir.

Era preciso um esforço sobrenatural para vencer cada minuto. Sim, cada minuto era uma batalha, mas a menina não se dava por vencida. Tiveram momentos onde ela precisou ser carregada, por suas lembranças boas, por palavras de carinho, assim levantando e continuando a lutar. Uma luta que não parecia ter fim.

E aí que percebeu que era insuportável viver cansada. Ela não estava mais vivendo, pois cada dia havia uma batalha para apenas sobreviver, para encontrar motivos que a fizessem enxergar mais além. Ninguém entenderia o desespero de seu coração. Ninguém entenderia a frustração de planos e sonhos. Ninguém entenderia a decepção e a impotência.

- Eu só posso viver uma vez e não posso escolher como vou levar minha vida?

- Certas coisas que acontecem na sua vida não estão ao seu alcance. São situações onde você deve tirar lições para refletir o que você realmente quer para seu futuro.

- Eu não tenho escolha! Sempre tentei viver minha vida de uma maneira onde eu pudesse ajudar meus amigos, sorrir com eles, se dedicar aos estudos, trabalhar para ser alguém na vida, buscar um amor e se entregar a uma pessoa a qual também me amaria. E hoje, o que eu tenho? Algumas conquistas perdem a importância quando você se sente sozinha, vazia.

- A vida não é feita de ´felizes para sempre´...

E isso não era nenhuma novidade para ela.
Era insuportável suportar isso tudo.
Ela precisava do seu sorriso de volta. Logo.
Sua estrela precisava voltar a brilhar. Seu sorriso feito de raios de sol.

domingo, 7 de dezembro de 2008

A menina que perdeu o sorriso @ Parte 3

No início, ela tentou buscar seu sorriso. Ninguém sabia também o quanto era insuportável para ela olhar-se no espelho e não se reconhecer. E foi aí que ela percebeu que ás vezes não importa o quanto ela se esforce, certas coisas não estão ao seu alcance. Buscas e lutas eternas são para heróis e ela não é nada disso, não nasceu para derrotar monstros e escalar montanhas atrás de seu sorriso. Ela era apenas uma menina que amava ser feliz. Talvez alguém próximo dela pudesse dizer que ela desprendeu tanta energia como uma heroína ao tentar manter seu sorriso, mas este foi arrancado com tanta dor que não havia o que fazer.

Como conseqüências, outras coisas acabaram acontecendo junto com a perda de seu sorriso. Seu coração se fechou, seu abraço esfriou, qualquer riso perdeu a graça, suas cores ficaram opacas.
E outras coisas substituíram o sorriso. A dor no peito ao simplesmente enche-lo de ar, o silêncio das palavras ao tentarem trazê-la de volta. Sentir qualquer coisa estava longe de sua realidade. Ela não sabia mais sentir e o sorriso era sempre reflexo de seus sentimentos.

- Você está se esquecendo de uma coisa, eu tenho certeza.

- O quê?

- O amor. É um sentimento. E pelo q eu me lembro, você acreditava muito nele. E via ele do jeito que deveria ser visto, como algo bonito, como algo puro, como algo romântico. E se você não vê mais assim, se não acredita mais... Está perdendo algo muito importante. Pra mim pelo menos. Tenta lembrar-se de tudo aquilo que você pensava quando pensava em amor e me diz que lá no fundo alguma coisa diz que não vale à pena abrir mão disso.

- Obrigada por me fazer chorar.

- Obrigado por me fazer ver que ainda tá aí.

Não é que ela estivesse morta por dentro, ela ainda conseguia chorar. O espaço que ficou vago pelo seu sorriso foi tomado pelas lágrimas.
Ela tinha que encontrar seu sorriso de volta, não importa como ou onde.
Mas tinha que ser logo.